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Presidente da AMAU, Marcelo Arruda, com o diretor executivo da Fundação Hospital Santa Terezinha, Jackson Arpini, que fez um relato de como se encontra a casa de saúde .

Assembleia Extraordinária debateu o assunto, em função, do aumento de usuários, crescimento dos custos e o colapso assistencial que passa a casa de saúde

“Os recursos são sempre insuficientes para a saúde”. Com esta frase o presidente da AMAU e prefeito de Barra do Rio Azul, Marcelo Arruda, abriu a assembleia extraordinária, realizada na tarde da quinta-feira, 25, no Espaço Cooperar, na nova agência do Sicredi, que reuniu prefeitos e secretários de Saúde do Alto Uruguai, conclamando a todos a buscarem soluções coletivas para o momento atual.

A Fundação Hospitalar Santa Terezinha, a exemplo de outros hospitais do Estado e do país, e não só os 100% SUS, estão passando por uma série de dificuldades, de várias ordens, entra elas financeiras e de colapso assistencial, já que não suporta mais pacientes, pois está com lotação máxima em todos os seus setores: “e isso que nem começou o inverno, quando aumenta as internações”, pontou o diretor executivo do hospital, Jackson Arpini, que fez uma apresentação minuciosa sobre a situação.

A previsão é que em 2023, o Santa Terezinha tenha um déficit de R$ 19 milhões, podendo chegar a R$ 25 milhões, caso tenha que ser pago o novo piso da enfermagem. A previsão de receitas para o ano é de R$ 89,24 milhões e as despesas de R$ 114,85 milhões. O hospital está devendo para fornecedores, valores abertos desde março, em torno de R$ 4,35 milhões: “o momento é te fazermos uma profunda reflexão”, sublinhou Arpini.

O diretor do hospital, relatou que após a pandemia, aumentou o número de pessoas procurando os serviços do Santa Terezinha, e isso, aliado ao desemprego, que fez com que muitos ficassem sem planos de saúde, migrando para o SUS. A crise do IPE é outro ponto que está no radar, e pode levar mais um contingente significativo de pacientes ao sistema público: “a tabela do SUS, que pagam para o hospital não sofre reajuste há anos. Todos os serviços que prestamos são deficitários. Por exemplo, um hemograma completo, o SUS paga R$ 5,11 para o hospital”, relatou Arpini.

O hospital já vem de um déficit de R$ 7,2 milhões do ano passado, e agora em junho, com o pagamento do IPTU, o município de Erechim, fará um aporte de R$ 5 milhões, para ajudar no custeio, de acordo com palavras do prefeito Paulo Polis.

Buscar saídas é o ponto crucial, porém os municípios esbarram na diminuição de receitas nesse ano, que desafia gestores em fechar suas contas e atender seus munícipes: “todos queremos resolver esse problema tão sensível a todos que é saúde. Uma equação difícil, mas teremos que buscar alternativas de forma colegiada, que seja bom e possível para todos”, salienta Marcelo Arruda.

Ao longo da assembleia, prefeitos e secretários de Saúde dos municípios fizeram relatos de suas situações, e que são preocupantes, pois os municípios, cada vez mais, estão fazendo o papel do governo federal, dando a assistência em saúde, utilizando recursos vultosos de seus orçamentos, além do percentual obrigatório que é de 15%, e em muitos casos, chegando a 30% da arrecadação.

Nos próximos dias, os prefeitos irão definir, um novo valor que será repassado ao Santa Terezinha, por paciente, para ajudar na diminuição do déficit.

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